Pescador de sonhos
Preparo a cana e lanço-a.
Puxo com força enquanto cerro os olhos.
Pesco um foguetão. Vejo um planeta também.
Atiro novamente. E pesco um palácio.
O meu avô sorri e diz-me para lançar novamente.
Durante a pescaria, ou enquanto o pião roda no chão, encontro sonhos.
Pesco-os. Desenrolo-os.
E o avô vai colorindo o meu mundo.
Grita e sorri. Bate palmas.
Inventa e constrói. Arranja e desmancha. Faz de conta.
Este avô que é também criança quando ao meu lado se senta.
E que cerra os olhos para guardar no coração os momentos que vive comigo.