O pequeno pardal não sabe voar. Curioso, observa com atenção as asas fortes do seu pai. A velocidade. As manobras. A perícia. O pardalito anseia pelo dia em que poderá saltar do ninho. E, (...)
Avô Tó usa boina e camisa aos quadrados. Põe as mãos nos bolsos e, a assobiar, desce a rua. Lá vai ele: pequeno e ligeiro. Deixa em casa a esposa: fica a arrumar a cozinha e a tratar da roupa. (...)
As mãos pintadas. Espantada, e até preocupada, disse-me: - "Mamã, olha! As mãos!" Sorri e disse-lhe que não se preocupasse. Durante o banho, como por magia, a tinta desapareceria. Assim (...)
Não vai haver gravidade.A terra vai fugir e o ar vai extinguir-se.Vou perder o equilíbrio e vou deixar de saber de mim.Nesse dia: o dia em que te fores.Vão sobrar lágrimas. E sorrisos ternos (...)
Fartam-me as pessoas sem tempo. Sempre ocupadas. De agenda cheia e pressa nos pés. Contam as horas, mas não aproveitam os minutos. Caminham, mas não vão a parte alguma. Fartam-me as (...)
A minha Mãe fez um ninho. Preparou-o ramo a ramo. Nele colocou ternura e amor. E moldou-o com carinho. A minha Mãe fez um ninho. Nele eu nasci. E fiz-me pássaro livre. Porque os galhos (...)
Cada um de nós tem uma história.Surpreendente. Inestimável. Única.É marca. É cicatriz. É memória. Parar e ouvir a história do outro é um ato de coragem.Perguntar. Questionar. Procurar.Par (...)
Filhas da repressão, netas do obscurantismo. Num Portugal vergado, o que poderiam sonhar? Donas de um nome e de um corpo emprestado. Num Portugal amordaçado, poderiam um dia gritar? Foi o (...)
Põe a mesa. A melhor toalha. A loiça e os talheres. E talvez um ramo de flores primaveris. Depois, serve carinho. Rega-o com amizade. Oferece o teu tempo. Garante que não falta a boa (...)
Querido desânimo, És feito de tempestade. És feroz. E bravo. Devastas os sonhos. Arrasas a esperança. E teimas em aparecer. Será que bates a todas as portas? Há quem tenha portões de (...)