Numa roda feita aqui ou acolá.
Sentados em bancos de madeira ou de pernas cruzadas no chão.
Eles ouvem-te contar a mesma história de mil formas diferentes.
Uma história antiga e tantas vezes narrada.
Em que a personagem principal surpreende.
Tu transportas quem te ouve para tempos idos.
E adoças o coração dos que te rodeiam.
És capaz de transformar. Moldar. Mudar corações.
Plantar sementes em terrenos férteis ou áridos.
Regá-las com as tuas histórias, atos e exemplos.
E das sementes crescem sempre flores.
É a tua fé que as nutre. E as faz florescer.
Três, dois, um ...
Até ao céu!
Nos braços do pai ela salta.
Outra vez, outra vez!
Mais uma vez até ao céu.
Ri e gargalha enquanto pula novamente.
Doçura esta de se julgar capaz de tocar o céu porque voa nos braços do pai.
Tem a certeza que pode chegar às estrelas.
Os braços do pai servem de trampolim.
Mas também de guarida, repleta de abraços e beijos.
Na barriga da mamã, eu ouvia-te.
Sabia que estavas feliz. Mas também preocupado.
Sentia-te ansioso. Curioso para me conheceres.
Quando nasci, no teu regaço encontrei finalmente a minha casa.
Perdoa-me agora se, ao crescer, te der “água pela barba”.
Preocupação. Desassossego. Inquietação.
A tua voz forte será sempre sinal de orientação.
Luz forte no escuro.
Porto de abrigo em época de tempestade.